Pedras Epidêmicas
Prospecto nos teus olhos
O tom cinza que escorre
Da tua alma que não me atende
Que não deixa penetrar
O mais raso ou mais profundo
enunciado
Inspeciono no teu corpo
Uma notícia de vida
Superficial, amarga,
que seja
Mas a morte encharca
Até o fio mais ruivo da tua barba branca
Até o anseio mais sedento da tua consciência
Do suor dos teus pés
À tosse que cospe
em pedras a euforia
abafada nos pulmões
Teus olhos rochosos
Teu corpo amargurado
Resfolegante
São cores de um quadro
Um quadro em tons cinzas
Cinzas de uma epidemia
Christian Pizzolatto
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