Balance seus cabelos pela rua garota. Esse ar tão puro em um dia nublado. E lá vem você com os seus cabelos negros me cumprimentar. Acho que hoje fiquei com a sua alegria cravada em meus braços. Eles não querem fazer outra coisa a não ser te abraçar, e te apertar, e te dizer em sinais que você é maravilhosa. Como pode uma pessoa ser assim? Quer dizer, um humano ser assim?
Mas quanto a isso acho que nós podemos ficar tranquilos, eu e tu sabemos que a tua descendência é indefinida. Só não se sabe se é dos meus sonhos ou de uma parte remota do teu sorriso. Pois é. Eu tenho certeza que o teu sorriso esconde uma porção de pequenos planetas com habitantes tão lunáticos e puros como tu. Viajar é a principal diversão deles, então é por isso que o teu humor varia tanto. Eles não sabem mais por onde desbravar algumas regiões do teu corpo, então às vezes ficam entediados, o que te deixa de mau humor e sem saber o que fazer. Imagino também que todas as vezes que eles resolvem escorregar pelo teu cérebro, tu dá risada. Aquela risada que só tu sabe dar.
Pode-se notar essa tua façanha de outra forma também. É só conversar contigo um pouco pra descobrir que habitam em ti, diversas formas de vida. Coisa que tu passa em uma conversa sem nem ao menos ter vontade. Claro, porque o teu conhecimento todo é involuntário. A culpa é desses seres que habitam o teu corpo!
E lá vem tu balançando os teus cabelos negros outra vez.
Espero que neles não habite nenhum tipo de vida.
Porque, senão, seriam piolhos.
Ricardo Lubisco
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