Da metade dos anos 90 para cá surgiu um cineasta incrível, cheio de idéias, e com características marcantes ao longo de seus filmes. Ao lado de outros grandes cineastas lançados no mundo do cinema nesta mesma época, como Paul Thomas Anderson e Quentin Tarantino: Wes Anderson.
Ele pode ser citado ao lado de Tarantino e de Paul Thomas, pois são três cineastas que definitivamente fizeram o chamado “Cinema de Autor” na década de 90 e adiante. Para se chegar a esta conclusão, basta pensar que se um filme de qualquer um dos três estiver passando na TV, você rapidamente saberá de qual dos três é o filme. Claro, isso quem já conhece os filmes deles e é familiarizado com as suas características. E até me arrisco um pouco mais. Acho que são estes diretores, os mais significativos em termos de criatividade no cinema americano dos anos 90 pra cá. Quer ver?
Cães de Aluguel – 1992 – Tarantino
Pulp Fiction – 1994 – Tarantino
Jogada de Risco – 1996 – Paul Thomas
Pura Adrenalina – 1996 – Wes Anderson
Jackie Brown – 1997 – Tarantino
Boogie Nights – 1997 – Paul Thomas
Três é Demais – 1998 – Wes Anderson
Magnólia – 1999 – Paul Thomas
Os Excêntricos Tenenbaums – 2001 – Wes Anderson
Embriagado de Amor – 2002 – Paul Thomas
Kill Bill – Vol 1 – 2003 – Tarantino
Kill Bill – Vol 2 – 2004 – Tarantino
A Vida Marinha de Steve Zissou – 2004 – Wes Anderson
Sangue Negro – 2007 – Paul Thomas
A Prova de Morte – 2007 – Tarantino
Viagem a Darjeeling – 2007 – Wes Anderson
Bastardos Inglórios – 2009 – Tarantino
O Fantástico Sr. Raposo – 2009 – Wes Anderson
*em negrito os filmes que eu considero obras-primas.
É impossível não reconhecer a importância que eles tiveram para o cinema em menos de 20 anos de atividade. E é nessa linha de raciocínio com que eu venho abordar resumidamente o cinema mágico, criativo e aconchegante de Wes Anderson.
Fica claro, desde “Pura Adrenalina”, que Wes Anderson respeita e ama o cinema. Acho que talvez essas duas características sejam das mais importantes para alguém realizar filmes. Ao meu ponto de vista, as idéias criativas dele se unem de alguma forma ao cinema clássico. A vontade de contar uma história, e contar ela da melhor forma possível, com todos os detalhes a que temos direito. Este filme que foi escrito juntamente com o amigo Owen Wilson, e interpretado pelo próprio Owen e pelo irmão Luke, talvez seja o mais simples de Anderson, mas já é possível notar claramente a sua característica de contar histórias.
A partir do próximo filme, “Três é Demais” (mais uma vez escrito com Owen Wilson), protagonizado por um Jason Schwartzman então com 18 anos de idade, já fica mais clara a maneira com que Anderson domina as posições de câmera a sua maneira. Técnica que ficará ainda mais marcante nos seus próximos três filmes. Além de ângulos de câmera diferenciados como característica, Anderson já coloca em prática a excelente trilha-sonora que acompanha seus filmes, e o uso de slowmotion em determinadas cenas. Vale lembrar que Anderson tinha apenas 29 anos quando fez este filme.
Em seguida, vêm o que eu chamo de “A Trinca de Ouro” de Wes Anderson: “Os Excêntricos Tenenbaums”,” A Vida Marinha de Steve Zissou”, e “ Viagem a Darjeeling”. Anderson chega ao ápice da criatividade. Vai a um patamar diferenciado, aonde deixa de ser um cineasta em ascensão, para tomar o seu lugar como um dos grandes diretores americanos do começo de século XXI. Com um elenco espetacular, Anderson transborda inspiração e faz uso de todas as suas características pessoais como realizador. Nos roteiros, parcerias com Noah Baumbach (A Lula e a Baleia), Roman Coppola (sim, filho do Coppola Pai), e com Owen Wilson.
No fim de 2009, é lançado o seu filme de animação, “O Fantástico Sr. Raposo”, baseado no livro de Roald Dahl, mesmo autor de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”. Talvez o seu projeto mais ambicioso, mas que é uma prova definitiva da qualidade de Anderson. A maioria das técnicas aplicadas em seus outros filmes, estão no Sr. Raposo.
Eu sei que os comentários sobre os filmes são breves, mas quando pensei em escrever este post, pensava exclusivamente sobre a maneira com que Anderson conduz belamente os seus filmes, e não em fazer críticas aos filmes em si. A percepção que eu tenho, é que Anderson faz os seus filmes com o máximo de cuidado possível. Deve ser um crítico de seu próprio trabalho, a ponto de eles chegarem a quase perfeição estética.
E Anderson, continue assim, pois eu fico feliz sempre que separo algumas horas do meu dia para entrar na sua mente excêntrica e me deliciar com o seu trabalho.
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