Hoje é dia de dor
De gritar
e gemer e acordar e passear
Como um quadrúpede
Pelo quarto a fora
Hoje é dia de chuva
De sorver
Um pedaço de pão velho
Recheado com espessa camada
De saborosos antiflamatórios
E mastigar...mastigar...
mastigar como um pedaço de sonho
Um sonho barato
De sentir
Os pingos da chuva
Queimarem minhas articulações
De ver
A vida necrosada
Instalar-se na pele recém-nascida
De observar
A linfa nutrir
Minha paixão desesperada
De manter-me vivo
Christian Pizzolatto
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